Cavaco quer o "suicídio político do líder do PS"

O deputado socialista João Galamba (PS) afirmou esta terça-feira que o acordo partidário proposto pelo Presidente da República visa o "suicídio político" do líder do PS.
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"É um apelo que assenta numa impossibilidade", porque implica "o suicídio político de um" dos atuais líderes do PSD, PS ou CDS, sustentou João Galamba, acrescentando: "O suicídio político que o Presidente da República tem em mente é o suicídio político do líder do PS, porque qualquer acordo implicaria que o PS renunciasse ao que tem dito" nos últimos dois anos.

"Não vai haver nem pode haver" acordo nos termos propostos pelo Chefe do Estado, declarou João Galamba.

Miguel Frasquilho, que qualificou como uma "tirada extraordinária" a proposta presidencial de haver eleições antecipadas a partir de 2014, afirmou que "será extraordinariamente difícil assinar" o chamado "compromisso de salvação nacional".

Seria muito desejável mas não sei se será possível", adiantou, num almoço organizado pelo American Club para debater o pós-troika e em que participou também o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães.

Nuno Magalhães manifestou a esperança de que o acordo possa ser alcançado, na medida em que visa "procurar convergências e não esbater diferenças" entre PSD, PS e CDS. "Não sou tão pessimista, mas não sou optimista", confessou o dirigente centrista.

"O acordo é mais do que desejável, é imprescindível, mas é bom não esquecer" que as medidas em causa "exigem maiorias de dois terços", lembrou ainda o líder da bancada parlamentar do CDS.

Para Miguel Frasquilho, o acordo "não pode contemplar um corte de 4,7 mil milhões de euros num ano só", antes exigindo um "horizonte previsível de vários anos" para ser alcançado.

João Galamba, citando um estudo recente do Banco de Portugal sobre o impacto negativo da política de austeridade (por cada euro cortado retiram-se dois ao Produto Interno Bruto), sustentou: "Se fizermos um corte de 4,7 mil milhões vamos precisar de mais dinheiro" do que os credores estão a emprestar, "porque a dívida torna-se insustentável."

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